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Mari Queiroz

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Mari Queiroz

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desalinho_08-subita.jpg

desalinho

Dói pelo corpo todo: a ausente permanência de quem morreu. Esta série de fotografias fala da intensidade da perda e do abandono, refletindo a solidão do luto na paisagem externa de outrem. A dor pede pudor, e isentando-me de ter corpo, me desobriguei de ter memória; a narrativa acontece no fora, desconstruída e fragmentada. Se torna assim possível através do espelho.

Nomear o incômodo perpétuo instalado pela ausência foi apenas o início do percurso, estava em desassossego havia muito tempo. Nunca se perde por inteiro um filho. Ele resta sempre como algo que temos a possibilidade de rememorar a fim de que seja. Mas o sofrimento é uma nudez, não se mostra aos outros. Quase todos evitam falar sobre isso. Nem uma palavra. É melhor esquecer. Todos se lembram muito bem, em silêncio, do que é melhor não lembrar. O desalinho é clandestino. Tornei-me uma mulher maculada, costurada em silêncio. A cicatriz tão longe de uma ferida tão dentro me acompanha sempre, muda, entre cinzas e poeira.

 

It hurts over my whole body: the absent permanence of those who died. This series of photographs alludes to the intensity of loss and abandonment, reflecting the loneliness of grief over somebody else’s external landscape. Pain calls for modesty, and by liberating myself from having a body I ceased to have memories. The narrative takes place outside, bewildered and fragmented, becoming possible only through a mirror.

I had been restless for a long time, and naming the perpetual nuisance caused by absence was just the beginning of the journey. You never lose a child completely. She always remains as somebody that we are able to evoke in order to exist again. But grieving is like nakedness, not to be shown to others. Most people avoid the subject. Not even a word. It is better to forget it. Everybody remembers, silently, what was best not to remember. The derangement is clandestine. I became a damaged woman, sewn in my silence. The scar so distant from a wound so close accompanies me always, mute, among ashes and dust.

desalinho

Dói pelo corpo todo: a ausente permanência de quem morreu. Esta série de fotografias fala da intensidade da perda e do abandono, refletindo a solidão do luto na paisagem externa de outrem. A dor pede pudor, e isentando-me de ter corpo, me desobriguei de ter memória; a narrativa acontece no fora, desconstruída e fragmentada. Se torna assim possível através do espelho.

Nomear o incômodo perpétuo instalado pela ausência foi apenas o início do percurso, estava em desassossego havia muito tempo. Nunca se perde por inteiro um filho. Ele resta sempre como algo que temos a possibilidade de rememorar a fim de que seja. Mas o sofrimento é uma nudez, não se mostra aos outros. Quase todos evitam falar sobre isso. Nem uma palavra. É melhor esquecer. Todos se lembram muito bem, em silêncio, do que é melhor não lembrar. O desalinho é clandestino. Tornei-me uma mulher maculada, costurada em silêncio. A cicatriz tão longe de uma ferida tão dentro me acompanha sempre, muda, entre cinzas e poeira.

 

It hurts over my whole body: the absent permanence of those who died. This series of photographs alludes to the intensity of loss and abandonment, reflecting the loneliness of grief over somebody else’s external landscape. Pain calls for modesty, and by liberating myself from having a body I ceased to have memories. The narrative takes place outside, bewildered and fragmented, becoming possible only through a mirror.

I had been restless for a long time, and naming the perpetual nuisance caused by absence was just the beginning of the journey. You never lose a child completely. She always remains as somebody that we are able to evoke in order to exist again. But grieving is like nakedness, not to be shown to others. Most people avoid the subject. Not even a word. It is better to forget it. Everybody remembers, silently, what was best not to remember. The derangement is clandestine. I became a damaged woman, sewn in my silence. The scar so distant from a wound so close accompanies me always, mute, among ashes and dust.

com um sopro

com um sopro

2017
08cm x 36cm
Pigmento mineral sobre papel arroz e bordado

metade

metade

2017
08cm x 12cm
Pigmento mineral sobre papel arroz e bordado


semente

semente

2017
08cm x 12cm
Pigmento mineral sobre papel arroz e bordado

pequenos jardins

pequenos jardins

2017
16cm x 24cm
Pigmento mineral sobre papel arroz e bordado

sob a minha pele

sob a minha pele

2017
08cm x 24cm
Pigmento mineral sobre papel arroz e bordado

os nossos segredos

os nossos segredos

2017
32cm x 12cm
Pigmento mineral sobre papel arroz e bordado

o vento

o vento

2017
16cm x 12cm
Pigmento mineral sobre papel arroz e bordado

súbita

súbita

2017
08cm x 24cm
Pigmento mineral sobre papel arroz e bordado

quase nada

quase nada

2017
16cm x 12cm
Pigmento mineral sobre papel arroz e bordado

infinitos pormenores

infinitos pormenores

2017
08cm x 12cm
Pigmento mineral sobre papel arroz e bordado

ainda aqui estou

ainda aqui estou

2017
08cm x 12cm
Pigmento mineral sobre papel arroz e bordado

de cinzas e poeira

de cinzas e poeira

2017
16cm x 12cm
Pigmento mineral sobre papel arroz e bordado

teia

teia

2017
08cm x 24cm
Pigmento mineral sobre papel arroz e bordado

transbordamento

transbordamento

2017
08cm x 12cm
Pigmento mineral sobre papel arroz e bordado

o nevoeiro

o nevoeiro

2017
08cm x 12cm
Pigmento mineral sobre papel arroz e bordado

não é difícil

não é difícil

2017
16cm x 12cm
Pigmento mineral sobre papel arroz e bordado

o exagero

o exagero

2017
16cm x 12cm
Pigmento mineral sobre papel arroz e bordado

espelho

espelho

2017
08cm x 24cm
Pigmento mineral sobre papel arroz e bordado

alguém no vento

alguém no vento

2018
16cm x 36cm
Pigmento mineral sobre papel arroz e bordado

feita de abismos

feita de abismos

2018
24cm x 12cm
Pigmento mineral sobre papel arroz e bordado