
vermelho
Parte de meu trabalho é traçar o caminho da paisagem até as imagens internas que expressem minhas impressões e sentimentos. Esta é uma pequena história de transgressão, de fronteiras delimitadas, de desobediência e teimosia delineada inesperadamente ao longo dos anos.
O olhar sempre atento e próximo, o empenho em não perder de vista o vermelho da roupa invariavelmente mesclado à memória da perda. O vermelho das emoções violentas e do sangue. Centenas de fotografias com o mesmo olhar de guarda diante da miúda audaciosa experimentando o longe, os medos sempre a cobrir o céu. Minhas duas meninas se acompanham apenas uma da outra, crianças no espelho. Esses “momentos paisagem” são forjados por devaneio e reconciliação.
Para Ana.
Part of my work is to trace the path from the landscape I see to the internal images that disclose my impressions and emotions. This is a small tale of transgression, of limited borders, disobedience and stubbornness unexpectedly outlined over the years. The permanent and alert surveillance, never letting her out of sight, the crimson of her clothes always attached to the memory of loss. The crimson attached to blood and violent emotions. The crimson attached to pain. Hundreds of photographs with the same protective gaze over the audacious little one who wanted to wander elsewhere, fears scattered all over the sky. My two girls walk along, like children on a mirror. These “landscape moments” are made of illusion and reconciliation.
To Ana.


vermelho
2016
09cm x 12cm
Pigmento mineral sobre papel algodão
Tiragem de 6 (caixa com 12 impressões)